Currais pastoris da Serra da Culebra

Contornando a parte oriental da Serra da Culebra pelo sopé desta, a rota permite, para além de desfrutar deste espaço natural, descobrir edifícios pastoris peculiares, típicos destas regiões de Aliste e Tábara: as 'corralas' ou currais pecuários. Trata-se de recintos de forma circular ou oval, construídos em pedra para manter o gado e, assim, protegê-lo dos lobos, abundantes nos bosques da serra (uma das espécies mais emblemáticas deste espaço natural, onde existe atualmente a maior população da Península e da Europa).

Este trilho permiti-o aproximar-se de um número significativo destas pitorescas construções tradicionais que, em vários pontos, se encontram em grupos de até 10, criando complexos construtivos verdadeiramente interessantes. Embora estejam atualmente em desuso, muitos deles foram restaurados recuperando até a cobertura vegetal, o que lhes confere um aspeto ancestral muito peculiar, uma vez que correspondem a técnicas construtivas milenares.

Outro exemplo da enraizada tradição pecuária da zona é a existência do Centro de Interpretação da Vida Pastoril (que funciona apenas para visitas organizadas) em Ferreras de Arriba, localidade onde esta rota começa e termina.

A massa florestal da Serra da Culebra (também declarada Lugar de Interesse Comunitário e Reserva Regional de Caça) está dominada por repovoamento de pinheiros, mas abundam também os bosques autóctones de carvalho-negral, bem como outras espécies arbóreas como castanheiros, carvalho-português, azinheiras ou até medronheiros que, juntamente com as áreas de matagal de urze, giestas, estevas ou alfazemas, criando habitats para uma variada fauna silvestre.

O trajeto é particularmente interessante para a observação de fauna, em especial de veados, sendo fácil observar e ouvir os impressionantes bramidos deste cervídeo na época de acasalamento, razão pela qual se chama 'brama', ou as pancadas dos seus cornos nos combates rituais, um belo espetáculo natural do qual se poderá desfrutar ao amanhecer ou entardecer (entre o final de setembro e o início de outubro) pelos próprios caminhos e trilhos de gado que constituem a rota.

Mas além disso, nas aldeias que se encontram no trajeto e, noutras próximas destas localidades existem ainda usos, arquitetura, tradições e festas ancestrais, um rico património cultural tradicional que o convidamos a conhecer aproveitando a visita.

Recomendações

A rota está sinalizada no terreno com marcas de rota BTT na maior parte do trajeto, com exceção de dois pequenos troços em que se afasta da sinalizada, que é muito mais longa (rota BTT pelo Noroeste de Zamora 'Sierra de la Culebra'), mas nos quais se segue com a mesma facilidade graças ao track fornecido pela RBTMI. Uma vez que se trata de uma rota circular, pode ter início em qualquer ponto do trajeto.

Um pequeno troço decorre por um 'corta-fogos' florestal, onde a prudência deve ser máxima.

Tipo de circuito
Circular
Dificuldade
Média
Distância
66,09 Kms
Δ Altitude
0 Mtrs
MIDE

Perfis