Penha Trevinca, com 2 127 m de altitude, é o ponto mais alto da RBTMI e da província de Zamora. Ao percorrer esta rota poderá conhecer uma magnífica zona de alta montanha; com paisagens espetaculares moldadas por glaciares que, no Pleistoceno, esculpiram estes vales, como o vale do rio Tera que, pelo seu início decorre esta rota e pelo qual, há 100.000 anos, se soltou uma língua de gelo de 20 km que esteve na origem do atual Lago de Sanábria, o maior lago glaciar da Península Ibérica, que esta rota também permite conhecer.
Para aceder ao ponto inicial desta rota, é necessário contornar o próprio lago de Sanábria e ver toda a sua beleza, à medida que sobe pela estrada até à aldeia de San Martín de Castañeda e depois até à Lagoa dos Peces, uma das muitas lagoas espalhadas pela região da Sanábria. Para além disso, são vários os vestígios da era glaciar na paisagem, que terá a oportunidade de descobrir, juntamente com a pequena lagoa da Ventosa, perto da anterior no início da caminhada, e a Lagoa de Lacillo, sobre a barragem de Vega del Conde, quando se avista o Vale do Tera.
No início do percurso, existe um parque de estacionamento, bem como um caminho acessível para pessoas com mobilidade reduzida, que lhe permite chegar à Lagoa dos Peces.
No princípio deste trajeto adaptado, tem início esta rota, sinalizada por pequenos marcos azuis dentro da rede de caminhos do Parque Natural do Lago da Sanábria e Serras Segundera y de Porto (Da Lagoa dos Peces a Penha Trevinca). No entanto, na parte final da subida à penha, poderá orientar-se pelos pequenos montes de pedras feitos pelos caminhantes, típicos dos trilhos de montanha.
Esta paisagem de alta montanha acolhe uma comunidade interessante de flora e fauna embora, devido à grande altitude, o bosque desapareça e seja substituído pelo matagal de urzes e carquejas de diferentes espécies, representando bioclimas mediterrânicos e atlânticos, uma vez que se trata de uma zona de influência de ambos, com algumas plantas endémicas de interesse como a carqueja sanabresa ou o Geranium bohenicum. Os ecossistemas de lagoas e turfeiras também trazem uma grande diversidade biológica e proporcionam locais de reprodução a uma considerável comunidade anfíbia. Por último, poderá observar espécies de rochedos ao longo do trajeto e, sobretudo, no troço final.
Ao chegar ao pico de Penha Trevinca, avista-se uma paisagem incrível das montanhas de Zamora, León e Galiza dado que as três províncias confluem neste ponto, e o imponente vale glaciar do Tera, que o traz até aqui. Observe o vale do rio Tera, que tem origem no sopé da Penha Trevinca e a sua forma em 'U', com um fundo muito aberto, típico dos vales de origem glaciar.
Atravessa o Parque Natural do Lago de Sanábria e Serras Segundera e de Porto, devendo respeitar-se as restrições deste espaço protegido. A rota é difícil devido à sua extensão, uma vez que é inevitável fazer a viagem de ida e volta no mesmo dia, mas, apesar de ser uma rota de montanha, faz-se de forma bastante confortável, com exceção da subida final ao pico da Penha Trevinca, com 500 m de inclinação em apenas 2 km, e sobretudo os últimos 100 metros de subida pela rocha. O track fornecido leva-o à descida deste troço por um caminho diferente, evitando o declive mais acentuado, mas, desta forma, segue por entre o matagal nas proximidades de um pequeno regato, recomendado no verão, mas a evitar em períodos de chuva, quando será melhor optar pelo mesmo percurso de ida.
