A rota parte do P.I.N.T.A. (Parque Ibérico de Natureza e Aventura) de Vimioso e segue pelas margens do rio Angueira, entre as aldeias de São Joanico e Serapicos, dois belos exemplos de aldeias tradicionais de pedra. Atravessa o bosque ribeirinho formado por freixos, amieiros, salgueiros e choupos (acompanhados por medronheiros e carvalhos nas partes mais afastadas da água), sendo um bosque muito maduro e em bom estado de conservação, razão pela qual se encontra incluído entre os espaços da Rede Natura 2000.
A caminhada pelas ribeiras do Angueira permite compreender o porquê deste tipo de bosques serem também conhecidos como bosques galeria, devido ao facto de a vegetação ripícola formar um verdadeiro túnel à volta do leito de água, formando um dos ecossistemas que albergam uma maior biodiversidade de plantas e animais, da qual também se poderá desfrutar, especialmente da avifauna (chapim-real, chapim-azul, pisco-de-peito-ruivo, tentilhão-comum, guarda-rios-comum, chapim-de-faces-pretas, ou diferentes pica-paus, entre outros) que, com as suas cores e cantos, alegram a caminhada. Para além disso, também é possível encontrar diferentes espécies de mamíferos, anfíbios e répteis, assim como muitos insetos, essenciais para o funcionamento básico de toda a cadeia trófica.
Outro ambiente pelo qual passa a rota, associado a estes fundos de vale e muito característico destas regiões, são os chamados em Trás-os-Montes 'lameiros': terrenos de pasto muito produtivos delimitados por freixos ou muros de pedra, onde pastam ovelhas churras ou vacas mirandesas, que no verão são segados para armazenar erva seca como alimento para o inverno.
A rota pode ser realizada em qualquer época do ano, incluindo no verão dado que a ribeira proporciona sombra ao longo de praticamente todo o trajeto, embora a estação quente seja aquela em que menos se desfrute do ambiente aquático e das pequenas cascatas que abundam ao longo do rio Angueira, constituindo uma das principais atrações da rota. Embora alguns elementos associados à água, também patentes no trajeto, possam ser apreciados durante todo o ano, como o moinho da Ribeirinha, a monumental ponte medieval de S. Joanico, os pontões sobre o rio ou as zonas de hortas perto das aldeias.
A visita à exposição do P.I.N.T.A., que é também uma das portas de entrada da Rota Terra Fria e integra um centro de atividades lúdico-pedagógicas relacionadas com o Burro Mirandês, fará as delícias de toda a família, que poderá entrar em contacto com uma das raças autóctones mais emblemáticas do território Meseta Ibérica, permitindo viver uma experiência diferente e conhecer os valores naturais, culturais e tradicionais da região.
Esta rota circular segue o percurso com o mesmo nome (PR1 VMS do município de Vimioso) perfeitamente sinalizado, mas ao tratar-se de uma rota familiar, propõe-se encurtá-lo tomando a variante de Serapicos (indicada no terreno) para começar a partir daí o regresso a S. Joanico e depois ao P.I.N.T.A., sem chegar à aldeia de Angueira, o que implica uma rota demasiado longa (22,11 km), mas que está igualmente sinalizada e disponível para aqueles que desejem realizá-la.
A rota decorre através de um espaço incluído na Rede Natura 2000.
