Douro Internacional: entre Arribas e Planalto

Rota pelo Parque Natural português Douro Internacional, que atravessa algumas das áreas mais representativas da RBTMI, permitindo conhecer uma boa amostra da essência transfronteiriça desta Reserva: tanto os seus ecossistemas, fauna, flora e paisagens mediterrânicas como os elementos ligados aos usos tradicionais (muros, pontes, fontes, picotas, troncos de contenção, tanques, etc), que moldaram paisagens de grande beleza e interesse etnográfico que são comuns em ambos os lados do Douro, ou seja, tanto em território português como espanhol.

Na rota, vai encontrar muros e estruturas agropecuárias (de estabilidade incrível, graças a uma seleção e colocação cuidadosa de pedras, sem qualquer material de aglomeração) que são testemunha dos métodos utilizados pelas populações que habitaram estes locais desde a pré-história (das quais existem muitas amostras castrejas na região) até à era moderna. As comunidades rurais da RBTMI são, portanto, depósitos do património cultural e da arte da construção, com base em conhecimentos e práticas seculares, cuja transmissão intergeracional está em risco e, portanto, em risco está também, a sua conservação.

Estes muros e construções de pedra são um exemplo claro de uma relação equilibrada entre o homem e a natureza; desempenham um papel ecológico essencial (melhorando a biodiversidade, moldando novos biótopos e prevenindo a erosão dos solos), ao mesmo tempo que se criam condições microclimáticas propícias à agricultura e à pecuária, aproveitando ao máximo os recursos naturais locais.

A rota coincide com uma secção da GR-36 do Douro Internacional e Douro Vinhateiro, que se estende paralelamente ao rio Douro e, por isso, permite-o aproximar às arribas em certos pontos, por exemplo, em Miranda do Douro, antes do início da rota, ou no miradouro da Fraga do Puio, em Picote, para desfrutar das vistas sobre as encostas íngremes, com cerca de 150 m de desnível entre o leito do rio até à meseta ou planalto mirandês, com uma altitude média de cerca de 700 m, por onde decorre o resto do caminho, entre terras de cultivo (cereais, oliveiras, vinhas...) e bosques de azinheiras, carvalho-português, sobreiros e freixos, essencialmente.

Para além de Miranda do Douro, será possível visitar algumas das freguesias do município, tais como Cércio, Freixiosa, Vila Chã de Braciosa, Picote e Sendim, terminando em Urrós, que já pertence a Mogadouro. Em todos eles terá a oportunidade de fazer pequenas paragens para conhecer vários exemplos de locais de vida, de trabalho ou de culto construídos em pedra, alguns dos quais se encontram sinalizados no track da rota.

Descubra qual é o outro importante espaço natural e paisagístico ligado ao Douro e declarado Património da Humanidade pela UNESCO, ao qual chegaria caso se seguisse a GR-36 rumo a Sul.

Recomendações

A rota pode realizar-se completa e comodamente (ida e volta) num dia, mesmo fazendo pequenas paragens nas aldeias (em qualquer caso, tratando-se de um trilho linear, pode sempre atalhar-se facilmente). Pode seguir-se a sinalização da GR-36 (branca e vermelha), que em alguns troços coincide também com PRs, pelo que se acrescenta às marcas pintadas uma banda amarela. Decorre pelo Parque Natural Douro Internacional devendo respeitar-se as condições do seu plano de ordenamento (POPNDI).
Pode realizar-se a qualquer altura do ano, embora as estações mais aconselháveis sejam a primavera e o outono.

Tipo de circuito
Linear
Dificuldade
Fácil
Distância
29,11 Kms
Δ Altitude
0 Mtrs
MIDE

Perfis