A rota beneficia de um interessante itinerário turístico cultural transfronteiriço, a GR-117 de Espanha e Portugal, que corresponde à rota romana denominada Via Augusta XVII, mandada construir pelo Imperador Augusto para unir a antiga Asturica Augusta (atual Astorga, em Espanha) com Braccara Augusta (Braga, em Portugal), que atravessa boa parte do território da RBTMI ao longo de várias aldeias de Zamora e dos municípios de Bragança e Vinhais, e da qual esta rota de bicicleta aproveita cerca de 18km de percurso a Sul do município de Vinhais.
A rota parte da aldeia de Edrosa até à aldeia de Penhas Juntas, atravessando a parte mais significativa deste troço da antiga via romana; continua até Falgueiras e depois Agrochão, abandonando esta última para se dirigir a Noroeste, até Ervedosa. Recomendamos, na aldeia de Agrochão, a visita ao Museu Etnográfico Rural (onde estão expostos utensílios associados à vida rural, mas também alguns restos arqueológicos romanos encontrados na zona, entre os quais se destaca uma ara ou altar romano), além de desfrutar de outros museus, elementos patrimoniais ou arquitetura popular nesta e em todas as aldeias ao longo do percurso.
Ao longo da rota poderá observar-se a fauna e flora selvagens específicas desta zona de Trás-os-Montes, sem grande esforço, devido à baixa pressão antrópica destes locais, onde os bosques e matagais das encostas se interligam com os aproveitamentos tradicionais, de castanheiros, oliveiras, árvores de fruto e vinhas, dando forma ao interessante mosaico paisagístico transmontano, próprio de uma zona de transição entre a Terra Fria e a vizinha Terra Quente.
Contorna-se o Cerro de Penhas Juntas, grandioso afloramento geológico de xistos e quartzitos em forma de crista que se estende por vários quilómetros nas proximidades do Tuela, rio para o qual se dirige a rota depois de abandonar a Via Augusta. Nas proximidades do rio Tuela será possível usufruir da sensação impactante do silêncio e do isolamento de algumas paragens, especialmente depois de passar Ervedosa, à medida que se dirige para o ponto de confluência da ribeira com o mesmo nome, com o rio Tuela, cujo o itinerário desce para a margem do rio, para o contornar durante vários quilómetros antes da rota voltar a ganhar altura e, assim, ter a oportunidade de observar as bonitas paisagens do vale e os meandros que forma o curso do Tuela em torno a Soutilha e Nuzedo de Baixo (cujas proximidades está, ligeiramente obstruído). Propomos o desafio de encontrar e fotografar uma ponte pitoresca sobre o rio Tuela que será visível num ponto do percurso (cuidado: observar apenas à distância dado que se encontra fora de serviço).
A rota pode realizar-se confortavelmente, ida e volta, num só dia, mesmo fazendo algumas paragens nas aldeias ao longo do trajeto. Trata-se de uma rota linear pelo que o regresso seria efetuado no mesmo caminho. No primeiro troço é possível seguir-se a indicação a vermelho e branco da GR-117 de Espanha e Portugal (Via Augusta XVII). É ideal para as estações da primavera ou outono, embora se possa realizar em qualquer época do ano.
